Em meio à tensão comercial provocada pela sobretaxa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma série de encontros diplomáticos estratégicos neste mês de agosto. De acordo com o g1, Lula receberá os presidentes do Equador, Daniel Noboa, da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, e do Panamá, José Raúl Molino, em agendas que miram a abertura de novos mercados e o fortalecimento de parcerias bilaterais.
A iniciativa se insere em um movimento mais amplo da política externa brasileira, que neste ano já levou Lula a visitar Japão, Vietnã, China, Rússia e França, com novas viagens programadas para Indonésia, Malásia e Índia até 2026. O Palácio do Planalto reforça que, diante do cenário de barreiras comerciais impostas por Washington — que elevou em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros —, as visitas de chefes de Estado ao Brasil ganharam peso na estratégia de diversificação de parceiros econômicos.
Visita do Equador - No dia 19 de agosto, Lula receberá Daniel Noboa. O país sul-americano também foi alvo do tarifaço norte-americano, mas com impacto menor: 15% de sobretaxa sobre seus produtos, contra os 50% aplicados ao Brasil. Em 2024, o comércio bilateral somou US$ 1,09 bilhão, com destaque para exportações brasileiras de papel e cartão, automóveis, trigo e calçados. Já as importações do Equador incluem chumbo, resíduos metálicos, pescados e artigos de confeitaria.
O encontro marca a primeira visita oficial de Noboa ao Brasil como presidente reeleito. O líder equatoriano tem pautado sua gestão em reformas econômicas e no endurecimento das políticas de segurança, diante do aumento da violência interna. O governo brasileiro, por sua vez, ressalta a importância da integração sul-americana em temas como desenvolvimento sustentável, meio ambiente e comércio regional.
Agenda com a Nigéria - No dia 25 de agosto, será a vez de receber Bola Ahmed Tinubu, presidente da Nigéria, principal economia e país mais populoso da África. Em junho, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) liderou uma missão empresarial ao território nigeriano, que também foi atingido pela tarifa de 15% do governo Trump.
Na ocasião, Tinubu demonstrou interesse em cooperação com a Embrapa para elevar a produtividade agrícola do país africano. Em 2024, o comércio bilateral totalizou US$ 2 bilhões, com exportações brasileiras de açúcar, melaço, álcoois e produtos industriais, enquanto as importações vieram principalmente de adubos, petróleo bruto, óleos combustíveis e gás natural.
Panamá na pauta - Encerrando a série de encontros, o presidente panamenho José Raúl Molino chegará ao Brasil em 28 de agosto, acompanhado de empresários. A reunião dá continuidade ao diálogo iniciado em julho, durante a Cúpula do Mercosul, quando Molino apresentou oportunidades para investimentos brasileiros em infraestrutura portuária, turismo e conexões aéreas pelo aeroporto de Tocumen. O Panamá também manifestou interesse em adquirir aeronaves da Embraer.
Em 2024, o comércio entre Brasil e Panamá movimentou US$ 934,1 milhões, com superávit para o Brasil, impulsionado por exportações de petróleo e manufaturados. Após a proibição da mineração de cobre no país centro-americano, as importações panamenhas caíram, mas o intercâmbio na indústria de transformação segue relevante. Lula deve visitar o Panamá em janeiro de 2026 para aprofundar as tratativas.
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