A gestão econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), divide a opinião pública brasileira. De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (16), 27% consideram o trabalho ótimo ou bom, enquanto 34% avaliam como ruim ou péssimo. Para outros 34%, a atuação do ministro é regular.
O levantamento foi realizado nos dias 12 e 13 de dezembro, duas semanas após o anúncio do pacote fiscal defendido pelo governo, que prevê um corte de R$ 70 bilhões nas contas públicas em dois anos. O cenário econômico inclui uma escalada no câmbio, com o dólar ultrapassando R$ 6, e a recente elevação da Selic para 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
O Datafolha mostra que a maioria dos brasileiros não ficou sabendo das medidas para redução de gastos (59%), enquanto mais da metade da população (53%) ouviu falar da proposta de isenção de imposto de renda para quem ganham até R$ 5 mil por mês e de uma nova alíquota para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês pagar mais. Os dois pontos integram o pacote fiscal enviado ao Congresso.
O Datafolha entrevistou 2.002 brasileiros em 113 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
No grupo que ficou sabendo das propostas para cortar gastos, são apenas 16% os que se dizem bem informados. Já entre os que tomaram conhecimento da medida de isenção do imposto de renda, 23% indicaram estar bem informados sobre o tema.
A avaliação negativa da atuação de Haddad é maior no segmento da população que soube do pacote de corte de gastos, segundo o instituto. Para 42%, a gestão é ruim ou péssima, enquanto a percepção positiva é semelhante ao do quadro geral da população, se considerada a margem de erro. São 29% os que a classificam como ótima ou boa.
A defesa do pacote varia a depender do item. O Datafolha mostra que 89% dos entrevistados que souberam das propostas de contenção de gastos afirmam ser a favor da adoção de medidas para reforçar a fiscalização e evitar fraudes em programas do governo federal, como o Bolsa Família, e no Benefício de Prestação Continuada, o BPC. Há maioria (73%) favorável a fixar a aposentadoria de militares na idade mínima de 55 anos.
Quando a proposta é proibir que funcionários públicos recebam salários acima de R$ 44 mil por mês, o apoio fica em 54%, ante 42% de rejeição. A proibição de que pessoas que tenham direito a pensões de militares repassem esse benefício para outros parentes indefinidamente também gera divisão (49% a favor e 47% contra). A maioria, porém, é contra limitar o aumento real do salário mínimo (61%).
Já a proposta para ampliar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais é bem recebida pelos brasileiros. São 70% os que se dizem a favor da mudança, enquanto 26% se declararam contra. Já o apoio a imposto maior para quem tem renda mensal acima de R$ 50 mil teve aval de 77% da população.
O Datafolha incluiu uma pergunta sobre a dimensão e qualidade dos gastos públicos na atual gestão. Para 45%, há dinheiro suficiente, mas ele é mal aplicado. Outros 35% defenderam que não há dinheiro suficiente e que o pouco recurso é mal aplicado.
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