Exclusivo do Brasil e predominante no Nordeste, o bioma da Caatinga é utilizado em diversas cadeias produtivas, entre elas a do gesso, cuja indústria depende de madeira para alimentar os fornos do polo gesseiro. Dados do MapBiomas apontam que restam apenas 57% da vegetação nativa preservada. Em busca de alternativas que reduzam os impactos ambientais, a estudante Maria Luiza Dantas, do Colégio Estadual da Bahia (Central), orientada pelas professoras Fernanda Pereira e Valéria Danielly, desenvolveu uma placa de gesso a partir de fibra de coco verde, restos de papel e uma menor proporção de gesso.
O protótipo, criado no Clube de Ciências Orbitz, tem como objetivo diminuir o uso de gesso, reduzindo os impactos de sua produção e, simultaneamente, reaproveitando resíduos encontrados nas proximidades da escola, em Salvador. “Eu comecei a fazer algumas placas e, durante os testes, utilizei cimento e papelão, mas nenhuma das combinações trouxe o resultado que eu buscava. Eu queria algo que fosse, ao mesmo tempo, sustentável e moldável. A melhor fórmula que encontrei foi utilizando resíduos de papel, fibra de coco e uma pequena quantidade de gesso. Percebi, então, que consegui um material sustentável, moldável e com uma durabilidade interessante”, afirma Luiza.
Segundo a estudante, o projeto, com apoio da Secretaria da Educação (SEC), tem foco na economia circular e na economia azul, promovendo redução de custos de fabricação e do impacto ambiental. “Há também a diminuição dos custos para a construção civil, já que são utilizados papel e fibra de coco. Além disso, o projeto dialoga com a economia azul, pois a fibra de coco está diretamente relacionada à cultura oceânica e ao consumo de água de coco. As placas ainda contribuem para o conforto térmico dos ambientes, podendo ser aplicadas em forros ou divisórias, tornando a sensação térmica mais agradável”, diz.
A orientadora Fernanda destaca que iniciativas como essa ampliam o engajamento dos estudantes. “Hoje ela é uma aluna aplicada, que construiu esse perfil de pesquisadora dentro do Ciências Orbitz. É muito fácil pegarmos aluno pronto, mas quando ajudamos a construir esse perfil, é um orgulho.” Já a professora Valéria ressalta que o impacto ultrapassa a vida escolar. “A gente precisa, como sociedade, entender que a comunidade escolar não é só estudante, não é só escola, ela ultrapassa os muros. Se não chega à comunidade, não faz sentido a educação. Precisamos que todo esse conhecimento científico transborde todas as barreiras, sejam físicas ou mentais.”
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou, no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, em 8 de julho de 2019, uma série de reportagens que apresenta como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação para melhorar a qualidade de vida em áreas como saúde, educação e segurança. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e nas redes sociais da Secretaria. Sugestões de pauta podem ser enviadas para o e-mail ascom@secti.ba.gov.br.
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