Um estudo realizado pelo Washington Post em parceria com a Kaiser Family Foundation (KFF) revelou que a resistência à vacinação infantil cresce de forma significativa nos Estados Unidos. De acordo com o levantamento, publicado na segunda-feira (15), cerca de 1 em cada 6 pais opta por rejeitar ou adiar vacinas recomendadas pelos médicos para seus filhos.
Segundo a pesquisa, pais que se opõem às imunizações tendem a concentrar-se em grupos específicos: são em sua maioria brancos, altamente religiosos, adeptos da educação domiciliar, com menos de 35 anos e identificados politicamente com o Partido Republicano. O estudo oferece uma visão detalhada sobre os fatores sociais, culturais e ideológicos que alimentam a hesitação vacinal.
O relatório destaca histórias como a de Anna Hulkow, 39 anos, que decidiu não aplicar algumas vacinas em seus cinco filhos, entre eles Rowan, de 9 anos, e Jacob, de 6. Ela afirma não confiar nas motivações do sistema de saúde e sustenta que cabe aos pais realizar suas próprias pesquisas.
“Eu sinto que os pais precisam fazer sua própria investigação em vez de seguir cegamente o que é recomendado”, disse Hulkow ao Washington Post. Sua postura reflete um sentimento compartilhado por muitos outros entrevistados, que enxergam a imunização como uma escolha pessoal e não como uma responsabilidade coletiva.
Os dados reforçam como visões políticas e convicções religiosas desempenham papel central na decisão de muitos pais. A identificação com o Partido Republicano, por exemplo, aparece como um dos fatores mais marcantes na recusa às vacinas. Além disso, a forte religiosidade influencia famílias que acreditam que a saúde deve ser entregue “à vontade divina” e não à ciência médica.
Especialistas apontam que esse cenário pode trazer consequências preocupantes para a saúde pública, uma vez que a baixa adesão às vacinas reduz a chamada imunidade coletiva, abrindo espaço para o ressurgimento de doenças já controladas.
A pesquisa também sugere que a resistência à vacinação infantil se conecta com uma tendência maior de polarização política no país. Enquanto parte da população confia nas autoridades médicas e nas evidências científicas, outra parcela vê nas vacinas um símbolo de intervenção governamental indevida.
Para autoridades de saúde, o grande desafio será restaurar a confiança de famílias céticas, em especial em comunidades religiosas e conservadoras. O levantamento do Washington Post e da KFF acende um alerta sobre como a hesitação vacinal pode comprometer décadas de avanços na prevenção de doenças infecciosas.
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