O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza, nesta segunda (9) e terça-feira (10), uma audiência pública para debater a relação trabalhista entre motoristas e plataformas digitais de transporte, como a Uber. A iniciativa busca reunir subsídios para o julgamento de um recurso apresentado pela empresa contra uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reconheceu vínculo empregatício entre a Uber e um de seus motoristas.
A Uber argumenta que, se a decisão for mantida, suas operações no Brasil poderão ser gravemente impactadas. O recurso tem repercussão geral, ou seja, o que for decidido pelo STF servirá como referência para todos os casos semelhantes em tramitação no Judiciário.
Questões em debate
O ministro Edson Fachin, relator do caso, convocou a audiência pública e formulou 12 questões para guiar os debates. Entre os temas abordados estão o modelo mais adequado para regular a relação entre motoristas e aplicativos, as possíveis implicações financeiras para as empresas e os trabalhadores, além da carga horária, intervalos e tempo de espera entre corridas.
A audiência também buscará examinar como outros países têm lidado com a relação trabalhista em plataformas digitais, trazendo experiências internacionais para enriquecer o debate. Fachin destacou que as informações coletadas serão fundamentais para a formação do marco jurídico sobre a questão no Brasil.
Impacto no setor de plataformas digitais
Uma decisão do STF sobre o reconhecimento do vínculo empregatício poderá transformar o modelo de negócios das empresas de aplicativos de transporte e delivery, que atualmente funcionam com base em contratos de trabalho considerados autônomos. Caso o vínculo seja reconhecido, as plataformas terão que cumprir exigências como pagamento de benefícios, férias e controle de jornada, o que pode alterar significativamente os custos operacionais.
A audiência pública será acompanhada por representantes de empresas, motoristas, sindicatos e especialistas em direito trabalhista. As discussões prometem ser decisivas para o futuro da regulamentação do trabalho em plataformas digitais no Brasil, estabelecendo um marco jurídico que pode influenciar tanto trabalhadores quanto o setor empresarial.
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